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De sangue falso a maldição: golpe no ES tinha até curandeiro fake

Written by Christoper Jackson

Segundo a Polícia Civil, golpistas agiram contra uma senhora que teve prejuízo de R$ 2,5 mil; a quadrilha foi presa no dia 16 de junho

Os golpistas da associação criminosa interestadual especializada em golpes de promessa de cura espiritual, “por meio da fé”, atraíam as vítimas e as enganavam fazendo-as acreditarem que “cuspiam sangue no dinheiro”. A quadrilha foi presa no dia 16 de junho. As informações foram repassadas pela Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) nesta terça-feira (27).

Ainda não foram informados quantos indivíduos faziam parte do grupo que, em seis meses, praticou pelo menos 16 crimes no Estado. Os integrantes também agiam no Rio de Janeiro, na Bahia e em Minas Gerais.

Em entrevista coletiva realizada nesta terça o titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Aracruz, delegado Leandro Sperandio, explicou que três presos confessaram o crime. “Um deles afirmou que vem sobrevivendo do meio criminoso, passou a atuar no Espírito Santo, uma das vítimas teve um prejuízo de R4 2,5 mil”.

O delegado disse ainda que os criminosos realizavam golpes em diversas cidades do Estado. Ao chegar no local, escolhiam indivíduos com idade mais avançada ou com alguma enfermidade aparente. Eles, então, se aproximavam, tentavam encontrar pontos em comum até falar sobre doenças de modo que a vítima confessava uma enfermidade.

“O golpista falava da doença que tinha, entretanto, citava que estava melhorando, com um curandeiro com uma espiritualidade e que conseguia curar de graça”, contou Leandro Sperandio.

Com a situação, a vítima ia até a casa do “suposto curandeiro” que ficava próximo ao local. Por coincidência o curandeiro aparecia e a vítima entrava no carro, mostrando fragilidade.

“Fazia uma oração, dizia que a vítima estava com uma maldição, que iria atingir o patrimonio. Pedia uma nota simbólica de 2 reais, fazia uma oração sobre a nota. Manchava a ponta do dedo de tinta vermelha, e pedia para a vítima cuspir na nota. Com isso, passava a tinta vermelha e falava que a vítima estava cuspindo sangue”, disse.

A partir da grande encenação, ele pedia para a vítima sacar dinheiro, para, a partir disso, “conseguir orar pelo montante”. ” Ele colocava o dinheiro em um envelope, orava. Mas na hora de devolver, retornava em outro envelope com bilhetes de loteria. Além disso, dizia para ‘não abrir, pois a ação seria desfeita”, relata o delegado.

Com a ação, segundo a Polícia Civil, no dia seguinte, quando as vítimas finalmente poderiam abrir o envelope, elas percebiam que haviam sido roubadas.

“Semelhanças forma notadas nas buscas”, diz PRF
Durante as ações, segundo o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Espírito Santo, inspetor Pestana, o monitoramento do veículo utilizado na ação foi indescritível para o desfecho da situação. Eles foram encontrados durante uma abordagem.

“Acontece um trabalho integrado, foram notadas semelhanças no veículo usado pelos golpistas. Durante as investigações o carro modelo Siena, na cor cinza foi abordado no município de Cachoeiro de Itapemirim”, narra.

O superintendente informou que, após a abordagem, a autoridade policial foi informada e pedido um mandado.

“Existiam imagens que mostravam eles realizando os golpes, no carro foram encontrados bilhetes de loteria, uma imagem de Nossa Senhora da Penha”, descrevem as autoridades policiais.
Outros mandados foram cumpridos no centro de Aracruz depois que os policiais descobriram que o município está entre os alvos da organização criminosa, no Espírito Santo. Todos os presos foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) Aracruz.

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