A menos de um mês para a folia chegar, o Carnaval, quem diria, virou enredo político, com ataques de opositores sobre possibilidade de desarmonia e do samba atravessar com limitações dos horários para os tradicionais blocos.
No cerne do debate entre pierrôs e colombinas, Vitória e Vila Velha lideram a comissão de frente. A Capital decidiu por estabelecer o horário dos bloquinhos na faixa de horário entre 11h e 19h. A agremiação municipal canela-verde colocou como hora limite a das 17h e cada bloco tem permissão para ficar por, no máximo, cinco horas nas vias.
É certo que Carnaval é emoção, é “samba, suor e cerveja, o combustível da emoção”, como entoaria a Império Serrano, em 1985, o que suscita em diferentes debates sobre a organização do espaço, sobre até onde é importante para o turismo e, claro, sobre o que é conveniente para garantia de ordem de paz aos moradores das regiões mais impactada pelos dias de folia.
Ao longo da última década, o Carnaval, na Grande Vitória, foi se fortalecendo. Grandes blocos ganharam notoriedade, patrocínio e conseguiram reter até a saída de moradores do Estado para outras folias badaladas, como as do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, por exemplo.
Claro que para todo crescimento há consequências. No último ano, o Ministério Público Estadual notificou a Prefeitura de Vitória para que barrasse, após os dias oficiais de folia, o desfile de outros blocos no Centro, sob a alegação de excesso de sujeira na Baía de Vitória e muito barulho para os moradores da região.
Nesse compasso, a Prefeitura da Capital optou por cadenciar a bateria e limitar os horário, até para evitar dissabores como esse na evolução do evento. Atestou que se reuniu com moradores para a tomada da decisão. Só que isso desagradou a muitos organizadores de blocos, inclusive os maiores, que participarão da reunião agendada pelo vereador André Moreira (Psol), nesta sexta-feira (12). É nítido que essa ala, mais progressista, defende que não haja desaceleração da batida, com as devidas alegações de que isso pode prejudicar a economia e o turismo.
Ainda que com menos coro do que em Vitória, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), teve de lidar também com algumas críticas quanto ao horário de término da folia. Como pano de fundo, municípios como Cariacica, por exemplo, permitiram que blocos façam sua festa até 20h.
Nesse enredo todo, é notório que a limitação do fazer Carnaval vai criar alegrias e tristezas. A questão é: será que todo esse samba foi feito em conjunto ou faltou harmonia? E como isso afeta o capital político, num ano em que a há a festa da democracia nos municípios? Fato é que, mais vez, a política vai ter destaque nas rodas de samba. E nem será sobre polarização.
Calor nas alturas I
Foi quente e concorrido o evento de transmissão de cargo na Capitania dos Portos, nesta quinta-feira (11). Marcelo Rey de Lima é o novo comandante, substituindo Alexsander Moreira dos Anjos. Em um calor que superava os 30 graus, as autoridades estavam trajadas de terno e gravata. E desafetos políticos estiveram no mesmo tablado, aumentando ainda mais a temperatura. Risos com muito suor.
Calor nas alturas II
Dos Anjos demonstrou muita emoção em seu discurso, que foi prestigiado por autoridades como o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (Podemos), e o coordenador da bancada federal capixaba, deputado federal Da Vitória (Progressistas).
Candidaturas na Grande Vitória
O Progressistas poderá ter até três candidaturas para prefeituras da Grande Vitória, neste ano. Audifax Barcelos já é nome certo do partido para o pleito na Serra. Em Guarapari, o deputado estadual Zé Preto, que está de saída do PL, é cotadíssimo para ingressar nas fileiras progressistas e colocar seu nome a jogo para o Executivo da Cidade Saúde. Já no município canela-verde, o ex-deputado federal Neucimar Fraga coordena as tomadas de decisões da sigla, podendo encampar candidatura própria ou apoiar o prefeito Arnaldinho Borgo (Podemos).
Ao modo Drummond de Andrade
O portal nacional Brasil 247 apresenta reportagem cujo título remete ao poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade. Eis a manchete: “MDB reclama do PT, que exige maior afinidade do PSB, que flerta com o PDT, que acusa MDB e PT de boicote”.
Vitória no meio
A reportagem também assinala a seguinte situação: “O PT quer receber apoio do PSB para a candidatura do deputado João Coser à prefeitura de Vitória (ES). O petista Coser administrou a capital capixaba por oito anos e figura em segundo ou terceiro lugar nas pesquisas pré-eleitorais. O Espírito Santo é governado por Renato Casagrande, do PSB”.
Na mira do MP
Lei de Itapemirim, datada de 2018, que criou gratificação de desempenho de atividade técnico-administrativa, está no alvo do Ministério Público Estadual. O caso foi encaminhado ao Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição de Conflitos, Controvérsias e Problemas do órgão. Há indícios de que a norma seja inconstitucional.
Desafios
Do Valor Econômico: “Os grandes desafios para o próximo ministro da Justiça e Segurança Pública são coordenar ações entre União e Estados e criar uma estratégia de combate ao crime organizado, visto por especialistas como principal problema de segurança do país”.