Tecnologia

Por que a computação quântica será a sucessora natural do ChatGPT

Written by Christoper Jackson

Quem defende a tese é Christian Weedbrook, fundador e CEO da Xanadu, empresa que tem como missão trazer as operações quânticas para o dia a dia das pessoas; ele falou sobre o futuro da tecnologia no Collision, em Toronto

Fazer com que a inalcançável computação quântica possa ser acessada e utilizada por todos é o objetivo de Christian Weedbrook, fundador e CEO da canadense Xanadu. Ainda que pareça um sonho distante – nenhum computador quântico com capacidade comercial foi desenvolvido até hoje -, o empreendedor acredita que, em um futuro nem tão distante, a tecnologia terá exatamente o mesmo impacto que a IA generativa está tendo nos últimos meses. Ou maior, já que terá a capacidade resolver problemas com uma velocidade milhões de vezes maior do que as máquinas tradicionais.

“Claro que é difícil prever exatamente como a tecnologias vão evoluir. Não sabemos nem mesmo como o ChatGPT vai se desenvolver e que papel irá assumir na vida das pessoas. Mas posso dizer que, em até 25 anos, os quantum bits irão causar uma revolução tão profunda nos negócios e na sociedade quanto a IA está causando agora”, disse. Ao longo dos anos, diz Weedbrook, vamos ser capazes de citar cada vez mais soluções descobertas com a ajuda dos quantum bits, ou qubits. “Vai fazer parte da nossa vida, tanto que nem vamos lembrar um tempo em que isso não acontecia”, diz.

O fundador faz uma associação interessante entre a IA generativa, fenômeno tecnológico do momento, e a computação de alta performance, o fenômeno que deve tomar forma nas próximas duas décadas. Segundo ele, as duas tecnologias podem ter uma relação muito próxima no futuro. “Acredito que os computadores quânticos tornarão possível treinar grandes modelos de linguagem de maneira mais simples e incrivelmente mais rápida, sem que seja preciso gastar trilhões de dólares para isso. E isso vai acelerar ainda mais o desenvolvimento da IA.”

Em pé de igual com as grandes?
Fundada em 2016 em Toronto, no Canadá, a Xanadu Quantum Technologies traz uma particularidade em relação a outras empresas dedicadas à tecnologia: ela utiliza partículas de luz, ou photons, para representar os qubits, que armazenam quantidades enormes de dados para fazer cálculos complexos. A inovação permite que seus chips possam ser usados à temperatura ambiente – em empresas como Alphabet, os chips precisam ser resfriados de maneira intensa para poderem funcionar corretamente.

Embora já tenha recebido aportes no valor total de US$ 265 milhões, o que lhe rendeu o status de unicórnio, a Xanadu não é páreo, em termos de recursos, para gigante como IBM. Dá para competir em uma área tão complexa sem uma estrutura poderosa por trás? “É verdade que, se você olhar para grandes companhias que trabalham com quantum, como IBM, verá que eles têm uma estratégia diferente, que requer muito dinheiro. Mas, no final das contas, a maior diferença entre nós e eles é que nós precisamos buscar dinheiro externamente, com investidores, enquanto eles precisam buscar internamente.”

Grandes e pequenos têm chance de entrar com força nesse mercado, diz o fundador. “Pode haver mais de um ganhador: Google e Xanadu, por exemplo. Os clientes não se importam com o tamanho da empresa, querem apenas saber o que você pode fazer por eles. Além disso, serão necessárias empresas especializadas em quantum technnology para atender diferentes indústrias.”

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