Em períodos de instabilidade econômica, todas as profissões sentem os reflexos da retração do mercado — e a advocacia não é exceção. Segundo o advogado Dr. Aroldo Fernandes da Luz, os honorários advocatícios, que já são objeto frequente de tensão entre cliente e profissional, tornam-se ainda mais delicados em tempos de crise. A dificuldade em estabelecer valores justos, garantir o pagamento e manter a sustentabilidade do escritório exige sensibilidade, estratégia e ética por parte dos advogados.
Honorários advocatícios: valor profissional e reconhecimento
Os honorários advocatícios representam, mais do que uma retribuição financeira, o reconhecimento do valor técnico, do tempo investido e da responsabilidade assumida pelo profissional. A advocacia é uma atividade intelectual que exige formação continuada, atualização constante e grande comprometimento ético.
De acordo com Dr. Aroldo Fernandes da Luz, mesmo em cenários de recessão econômica, é fundamental que os advogados defendam a dignidade da profissão. Reduzir honorários de forma exagerada ou trabalhar gratuitamente sem critérios compromete não apenas a sustentabilidade individual do advogado, mas também o mercado jurídico como um todo.
Clientes em dificuldades: como negociar com ética
Em tempos de crise, muitos clientes — pessoas físicas e empresas — enfrentam dificuldades financeiras reais. Isso exige do advogado não apenas compreensão, mas também habilidade para negociar formas de pagamento que não inviabilizem o trabalho.
Conforme destaca Dr. Aroldo Fernandes da Luz, a negociação ética é aquela que considera a realidade do cliente sem desvalorizar o serviço prestado. Parcelamentos, acordos de honorários de êxito (sucumbência ou quota litis) e descontos pontuais podem ser adotados, desde que haja clareza, contrato formalizado e respeito à tabela mínima da OAB.

A desvalorização do serviço jurídico e seus riscos
Um dos efeitos colaterais da crise é o aumento da concorrência desleal entre profissionais. A prática de cobrar valores irrisórios ou prometer resultados em troca de honorários mínimos pode gerar riscos éticos, comprometer a qualidade do serviço e afetar a imagem da profissão.
Segundo Dr. Aroldo Fernandes da Luz, o advogado deve resistir à tentação de desvalorizar seu trabalho para conquistar clientes. É preciso educar o público sobre a complexidade do trabalho jurídico e demonstrar, com transparência, os benefícios da atuação profissional. O caminho da seriedade sempre será o mais sólido, mesmo diante de dificuldades temporárias.
Estratégias para sustentabilidade em momentos de crise
Para enfrentar a instabilidade econômica com equilíbrio, os escritórios de advocacia devem adotar estratégias inteligentes de gestão financeira e posicionamento de mercado. Controlar custos, investir em marketing jurídico ético e diversificar áreas de atuação são medidas que podem ajudar a manter o fluxo de caixa e garantir a sobrevivência do negócio.
Dr. Aroldo Fernandes da Luz ressalta a importância de cultivar uma carteira de clientes sólida, baseada na confiança e na fidelização. O bom atendimento, a comunicação clara e a atuação transparente fazem com que o cliente perceba o valor do serviço prestado, mesmo em tempos difíceis.
Conclusão: equilíbrio entre justiça e sustentabilidade
O desafio dos honorários advocatícios em tempos de crise está em equilibrar a viabilidade financeira do profissional com a realidade econômica dos clientes. Não se trata de insensibilidade, mas de valorização da profissão e do papel do advogado na sociedade. A advocacia é uma atividade essencial à justiça — e, como tal, precisa ser respeitada e remunerada de forma justa.
Como observa Dr. Aroldo Fernandes da Luz, o advogado que mantém sua ética, ajusta suas estratégias e valoriza sua trajetória profissional estará mais preparado para atravessar momentos de crise com solidez e credibilidade. Em qualquer cenário, o respeito ao próprio trabalho é o primeiro passo para ser respeitado pelos outros.
Autor: Arkady Prokhorov